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Brasil sobe oito posições em ranking de competitividade
País é o mais competitivo entre os Brics e ocupa a 56ª colocação em um grupo de 133 economias.
Agência Estado/BBC Brasil
O Brasil subiu oito pontos no ranking de competitividade elaborado anualmente  pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria no país com a Fundação Dom Cabral, e  divulgado nesta terça-feira, 8. Com esse resultado, o país passa a ocupar a 56ª  colocação, em um grupo de 133 economias. 
O Relatório de Competitividade  Global 2009 mostra que o Brasil melhorou sua posição graças, principalmente, a  avanços nos pilares de estabilidade econômica e sofisticação do mercado  financeiro. Nos dois casos, o país subiu 13 posições. 
O professor da  Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, disse que o Brasil ainda está longe dos "dez  mais" do ranking, mas que o país "foi o grande destaque do relatório este ano".  
"Se considerarmos sua dimensão e o fato de o país vir sistematicamente  ganhando posições, sem dúvida o Brasil foi o grande destaque este ano", diz  Arruda, que é coordenador da pesquisa no Brasil. Nos últimos três anos, o país  subiu 16 posições. 
Bric 
O Brasil apresentou o  melhor desempenho entre os quatro principais países emergentes, os chamados  Bric. China e Índia subiram um ponto cada, enquanto a Rússia caiu 12 -  aparecendo atrás do Brasil, pela primeira vez. 
Cabral afirmou que, no  caso brasileiro, houve avanços "importantes" dentro do quesito de estabilidade  econômica, mas que o Brasil ainda ocupa uma posição "ruim" nessa categoria (109º  lugar). 
Ele destacou o crescimento do consumo no país e o controle da  inflação como fatores que ajudaram o Brasil a melhorar sua posição nesse  quesito. 
"Mas esse pilar ainda não é o nosso forte. Se consideramos os  juros cobrados pelos bancos, por exemplo, o Brasil fica na 128ª posição", disse  o professor. 
O relatório de competitividade considera 12 quesitos. As  melhores colocações do Brasil foram registradas em tamanho de mercado (9º lugar)  e em ambiente empresarial (32º lugar) - praticamente os mesmos níveis  registrados no levantamento de 2008. 
Segundo Arruda, também houve ganhos  na eficiência do mercado de trabalho (11 posições), que avalia sobretudo a  relação entre empregadores e empregados. 
Fatores negativos  
Apesar do ganho de oito pontos no ranking, o Brasil segue com  uma posição ruim em diversos itens, como em estabilidade econômica (109º lugar),  eficiência do mercado (99º lugar) e instituições (93º lugar). 
Segundo  Arruda, quando o assunto é competitividade, o país tem três problemas  "endêmicos", ou seja, fatores onde o Brasil não consegue melhorar sua posição,  que são: falta de reformas (entre elas, a tributária); infraestrutura e ética na  gestão pública. 
"Nesse último quesito, estamos entre os piores do  mundo", diz o professor. 
Arruda diz que o levantamento, feito com  presidentes de empresas de todo o mundo, considera não apenas as estatísticas de  cada país, mas também as percepções desses empresários. Os dados foram coletados  entre janeiro e junho deste ano. 
O relatório mostra ainda que a crise  financeira internacional não teve impacto significativo no ranking. Apesar de os  Estados Unidos terem perdido a liderança para a Suíça, não há grandes diferenças  entre os dez primeiros da lista.