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FGV: crise freou crescimento das classes mais altas
Pesquisa também documentou que as periferias de maneira geral reagiram melhor à crise do que as capitais.
 A crise interrompeu o processo de aumento das classes sociais mais altas, A e  B, mas não a passagem de pessoas das classes mais baixas, D e E, para a classe  C, de acordo com pesquisa do Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação  Getúlio Vargas (FGV). "É um empate e é um resultado muito bom para a época de  crise, mas é uma parada súbita, já que a gente vinha melhorando a taxas altas. O  copo está meio cheio e meio vazio", disse o economista-chefe do CPS, Marcelo  Neri. Ele observou que entre 2003 e 2008, 27 milhões de pessoas, "meia França",  foram incorporadas ao conjunto de classes A, B e C e 24 milhões deixaram a  pobreza.
O conjunto das classes A e B, que havia crescido 35,7% entre  julho de 2003 e julho de 2008, caiu 0,5% entre julho do ano passado e julho  deste ano. Já a classe C, que havia aumentado 23,1% entre os meses de julho de  2003 e 2008, subiu mais 2,5% de julho do ano passado até julho de 2009, período  em que a classe D encolheu 4,1% e a classe E se reduziu em 3,3%.
Neri  também observou que as periferias de maneira geral reagiram melhor à crise do  que as capitais, com a exceção de Salvador. De acordo com ele, isso pode estar  ligado ao fato de a indústria e os serviços financeiros terem sido mais  atingidos pela crise e os setores de comércio e serviços terem ido melhor. "O  mercado interno foi um verdadeiro Pelé contra a crise", disse Néri. Entre as  capitais, a mais afetada foi São Paulo, onde o conjunto das classes A, B e C  caiu 0,68% entre julho de 2008 e julho de 2009. No entanto, na periferia  paulista, houve um crescimento de 0,67% nesse conjunto.